No mundo acelerado do varejo, um dos problemas mais frustrantes para os consumidores e empresas é a ruptura operacional. Ela ocorre quando produtos estão indisponíveis para compra no momento em que os clientes desejam adquiri-los, mesmo estando em estoque. Neste artigo, exploraremos o conceito de ruptura operacional, discutiremos os impactos significativos que ela pode causar e as principais causas desse problema no contexto do varejo brasileiro. Além disso, compartilharemos boas práticas que podem ajudar as empresas a evitar a ruptura operacional e aprimorar a experiência de compra dos clientes.

O que é Ruptura Operacional

A ruptura operacional é um fenômeno que ocorre quando produtos estão indisponíveis para compra, apesar de estarem armazenados nos estoques das lojas. Diferente da ruptura comercial, em que o produto não está disponível nem no estoque, na ruptura operacional o produto está presente no estoque, mas não é encontrado na área de exposição. Isso pode ocorrer devido a falhas no gerenciamento dos produtos, como problemas na reposição, organização inadequada nas prateleiras ou erros na comunicação interna.

A ruptura operacional no varejo brasileiro

No varejo brasileiro, a ruptura operacional é um desafio recorrente. Segunda a pesquisa da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (ABRAPPE) de 2022, a taxa média no país chega até 9,62% dos produtos disponíveis nos estoques das lojas, dependendo do setor. Essa porcentagem representa perdas significativas em termos de vendas e fidelização dos clientes.

Segmentos como atacarejo, eletromóveis, lojas de departamentos e supermercados estão entre os mais afetados. Produtos de alta demanda, como alimentos perecíveis, itens de higiene pessoal e eletrônicos populares, são particularmente propensos a sofrer com a falta de disponibilidade nas prateleiras.

Por que ela acontece

Existem várias causas para a ocorrência da ruptura operacional no varejo brasileiro. Alguns dos principais motivos incluem:

a) Falhas na reposição: a falta de um processo de reposição dos produtos nas prateleiras eficiente e ágil pode causar gôndolas vazias. Isso pois a compra dos clientes pode ser maior que a reposição das gôndolas, causando indisponibilidade de produtos.

b) Organização inadequada das prateleiras: a falta de uma organização adequada das prateleiras, como falta de etiquetagem clara e desorganização dos produtos, pode levar os clientes a não encontrarem os itens que desejam comprar. Ainda, pode ocorrer a falta de espaço para exposição dos produtos.

c) Erros na comunicação interna: a falta de uma comunicação efetiva entre os setores de estoque, vendas e reposição faz com que informações sobre a disponibilidade dos produtos possam ser perdidas, resultando em ruptura operacional. Pode ocorrer, inclusive, desconhecimento dos colaboradores sobre os produtos em estoque.

d) Falta de monitoramento, controle e acurácia de estoque: a ausência de sistemas de monitoramento de estoque precisos e em tempo real pode levar a erros no controle de inventário, resultando em falta de produtos na área de exposição. Por exemplo, códigos emitidos erroneamente pelo ERP podem fazer com que o sistema de gestão aponte ausência de estoque de um produto, sendo que ele está em estoque, porém com outro código.

Boas práticas para evitar ruptura operacional

A resposta para evitar rupturas operacionais não se limita a realização de inventários ou uso de um sistema de gestão. Afinal, uma vez que a loja é aberta, as informações do inventário já são alteradas. Ainda, sistemas de gestão apresentam erros e falta de parametrização que acarretam em acurácia de estoques insatisfatória. Para evitar a ruptura operacional e garantir uma experiência de compra satisfatória, as empresas podem adotar algumas boas práticas:

a) Implementar um sistema eficiente de reposição: estabelecer um sistema de reposição ágil e bem estruturado, baseado em previsões de demanda e monitoramento do estoque, é essencial para evitar a ruptura operacional.

b) Investir na organização das prateleiras: garantir que as prateleiras estejam organizadas de forma clara e acessível, com etiquetas visíveis e produtos bem arranjados, ajuda os clientes a localizarem facilmente o que desejam comprar.

c) Aprimorar a comunicação interna: promover uma comunicação eficiente entre os setores de estoque, vendas e reposição é fundamental para manter todos os envolvidos cientes da disponibilidade dos produtos e evitar falhas na exposição.

d) Utilizar tecnologias de acurácia de estoque: investir em sistemas de verificação de erros nos estoques sistêmicos pode ajudar a evitar a ruptura operacional, permitindo um controle mais preciso e atualizado dos produtos em estoque e na área de exposição.

Conclusão

A ruptura operacional é um desafio enfrentado pelo varejo brasileiro, resultando em perdas de vendas e insatisfação dos clientes. No entanto, ao adotar boas práticas, como sistemas eficientes de reposição, organização das prateleiras, melhoria na comunicação interna e investimento em tecnologias de monitoramento de estoque, as empresas podem minimizar os impactos da ruptura operacional. Ao garantir que os produtos estejam disponíveis nas áreas de exposição quando os clientes desejam adquiri-los, as empresas podem melhorar a experiência de compra, aumentar a satisfação do cliente e impulsionar seu desempenho no mercado varejista.